Existem coisas na vida que acontecem e nós não entendemos. Parece loucura ou que está errado, mas não, tem um motivo de ser. Porém demoramos um pouco para compreender, às vezes. Como foi minha história com o Eduardo.
Era uma noite de sábado, fui ao teatro assistir a uma peça e ao voltar pra casa não conseguia mais tirar o ator principal da minha cabeça. Não era só admiração, não era só o fato de ele ser excelente, era um encantamento fora do normal. Mas vida que segue, os dias iam passando e buscar o nome dele nos cartazes pela rua, nos sites de busca na internet parecia inevitável.
Quatro anos se passaram. Ele tinha se mudado pro Rio de Janeiro, estava bem, ganhando muito dinheiro e famoso, muito famoso. Só que nada disso me importava. Eu tinha,agora,certeza de que o amava e queria pelo menos uma chance de ver qual seria a reação dele. Eis que descobri, sem querer, que ele estaria no maior festival de teatro daqui de Minas. Era o que eu precisava !
Consegui estadia na casa de uma amiga, já que eu não era da cidade onde ocorria o festival, dinheiro e, o mais importante, pulseirinha para entrada no evento. Fui, então, um dia antes pra cidade. Mal podia esperar aquela noite, que seria a mais importante de todas pra mim. Mas ter alguns contatos interessantes, me renderam descobrir o hotel em que ele estava hospedado, e lá fui eu.
E ao ter a chance de almoçar com ele fui percebendo duas coisas: primeira, meu amor não era em vão, pois ele era realmente encantador; segunda, essa história, apesar de doida, estava escrita, precisava acontecer. Conversamos como se nos conhecêssemos há anos, como se não houvesse diferença de idade, como se tivéssemos tido toda nossas vidas juntos. Depois de agradáveis 2 horas, fui pra minha ‘casa temporária’ e lá fiquei aquela tarde, num misto de ansiedade pela noite e sem acreditar no almoço que eu tinha tido.
Na esperada festa, a cada momento, eu tinha mais certeza de que nada era por acaso. Cenas de filmes em que o casal de mocinhos resolvem ir ao bar buscar bebida ao mesmo tempo não acontecem na vida real, não é mesmo? Pois acontecem, pelo menos comigo e com o Edu. E o sorriso dele ao me ver foi a coisa mais linda que eu já havia visto. E foi depois de algumas frases que trocamos apenas por protocolo que nos beijamos pela primeira vez. Curtimos alguns minutos juntos, depois nos separamos e fomos embora. Afinal, havia pouco tempo que ele estava divorciado, não era interessante aparecer com outra, não sendo um relacionamento sério. Mas antes, combinamos de almoçar juntos no hotel dele novamente, no dia seguinte. E assim o fizemos.
( Continua... )
Lélih Haubert
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