Depois desse final de semana juntos, entre discretos beijinhos e carinhos, trocamos e-mails e telefones. E depois tivemos que cada um voltar pra sua cidade: Belo Horizonte, eu; Rio de Janeiro, ele. Fui já sentindo saudade, mas também me preparando para nunca mais voltar a vê-lo, a falar com ele. Porém, no dia seguinte, na minha consulta rotineira à minha caixa de e-mails estava lá, um e-mail dele. Dando-me bom dia, nada demais, só que foi a atitude que eu precisava pra ter certeza de que ficar 4 anos apaixonada por um homem “impossível”, não tinha sido em vão.
Um mês depois de tudo isso que ele foi descobrir um pequeno detalhe sobre mim: eu estava completando 17 anos. Isso o espantou, mas não o fez desistir de mim, apesar dos 26 anos de diferença que tínhamos. Consegui ir pro Rio algum tempo depois, após muito economizar, pra fazer meu curso de teatro tão sonhado e além de tudo encontrar o Eduardo.
Nesse momento nosso relacionamento tinha seis meses, todas as mídias já o haviam noticiado e eu estava trabalhando como modelo fotográfica. Mas todos sintomas mais a confirmação por um exame me trouxeram a notícia que mudaria tudo: eu estava grávida. Isso fez com que fossemos morar juntos pra melhor criar nossos filhos. Por eu ser menor, não podíamos casar legalmente, mas isso seria mera formalidade. Já que tínhamos nossa casa, nosso amor e Matheus e Marina para cuidar. Nosso casal de gêmeos, aos olhos de muitos, foi golpe meu para tirar o dinheiro do Edu; de outros foi um erro, por eu ser muito jovem e por acharem que nossa relação não teria futuro; mas pra nós eles eram nosso maior acerto, vieram pra nos unir ainda mais.
Claro, foi extremamente conturbado o primeiro ano de vida deles, afinal, se um bebê já dá trabalho, dois é tarefa maior ainda. Mas passamos pelo teste. Depois que tudo estava mais calmo, consegui voltar ao meu curso, que tive de parar por conta da gravidez, continuei com as fotos pra campanhas de algumas marcas e consegui meu primeiro papel na TV.
Pude, então, provar pra todos, que eu não era interesseira, nem golpista. Que toda nossa história parecia impossível, mas o amor era verdadeiro e isso é o suficiente. O “Felizes Para Sempre” pode não existir, mas contos de fadas podem existir, meio tortos, às vezes, e sem princesas e príncipes perfeitos, mas acontecem, afinal, o verdadeiro conto de fada é aquele onde há amor,independente de qualquer coisa.
FIM
Lélih Haubert
domingo, 20 de março de 2011
Amor Impossível - ou não !
Existem coisas na vida que acontecem e nós não entendemos. Parece loucura ou que está errado, mas não, tem um motivo de ser. Porém demoramos um pouco para compreender, às vezes. Como foi minha história com o Eduardo.
Era uma noite de sábado, fui ao teatro assistir a uma peça e ao voltar pra casa não conseguia mais tirar o ator principal da minha cabeça. Não era só admiração, não era só o fato de ele ser excelente, era um encantamento fora do normal. Mas vida que segue, os dias iam passando e buscar o nome dele nos cartazes pela rua, nos sites de busca na internet parecia inevitável.
Quatro anos se passaram. Ele tinha se mudado pro Rio de Janeiro, estava bem, ganhando muito dinheiro e famoso, muito famoso. Só que nada disso me importava. Eu tinha,agora,certeza de que o amava e queria pelo menos uma chance de ver qual seria a reação dele. Eis que descobri, sem querer, que ele estaria no maior festival de teatro daqui de Minas. Era o que eu precisava !
Consegui estadia na casa de uma amiga, já que eu não era da cidade onde ocorria o festival, dinheiro e, o mais importante, pulseirinha para entrada no evento. Fui, então, um dia antes pra cidade. Mal podia esperar aquela noite, que seria a mais importante de todas pra mim. Mas ter alguns contatos interessantes, me renderam descobrir o hotel em que ele estava hospedado, e lá fui eu.
E ao ter a chance de almoçar com ele fui percebendo duas coisas: primeira, meu amor não era em vão, pois ele era realmente encantador; segunda, essa história, apesar de doida, estava escrita, precisava acontecer. Conversamos como se nos conhecêssemos há anos, como se não houvesse diferença de idade, como se tivéssemos tido toda nossas vidas juntos. Depois de agradáveis 2 horas, fui pra minha ‘casa temporária’ e lá fiquei aquela tarde, num misto de ansiedade pela noite e sem acreditar no almoço que eu tinha tido.
Na esperada festa, a cada momento, eu tinha mais certeza de que nada era por acaso. Cenas de filmes em que o casal de mocinhos resolvem ir ao bar buscar bebida ao mesmo tempo não acontecem na vida real, não é mesmo? Pois acontecem, pelo menos comigo e com o Edu. E o sorriso dele ao me ver foi a coisa mais linda que eu já havia visto. E foi depois de algumas frases que trocamos apenas por protocolo que nos beijamos pela primeira vez. Curtimos alguns minutos juntos, depois nos separamos e fomos embora. Afinal, havia pouco tempo que ele estava divorciado, não era interessante aparecer com outra, não sendo um relacionamento sério. Mas antes, combinamos de almoçar juntos no hotel dele novamente, no dia seguinte. E assim o fizemos.
( Continua... )
Lélih Haubert
Era uma noite de sábado, fui ao teatro assistir a uma peça e ao voltar pra casa não conseguia mais tirar o ator principal da minha cabeça. Não era só admiração, não era só o fato de ele ser excelente, era um encantamento fora do normal. Mas vida que segue, os dias iam passando e buscar o nome dele nos cartazes pela rua, nos sites de busca na internet parecia inevitável.
Quatro anos se passaram. Ele tinha se mudado pro Rio de Janeiro, estava bem, ganhando muito dinheiro e famoso, muito famoso. Só que nada disso me importava. Eu tinha,agora,certeza de que o amava e queria pelo menos uma chance de ver qual seria a reação dele. Eis que descobri, sem querer, que ele estaria no maior festival de teatro daqui de Minas. Era o que eu precisava !
Consegui estadia na casa de uma amiga, já que eu não era da cidade onde ocorria o festival, dinheiro e, o mais importante, pulseirinha para entrada no evento. Fui, então, um dia antes pra cidade. Mal podia esperar aquela noite, que seria a mais importante de todas pra mim. Mas ter alguns contatos interessantes, me renderam descobrir o hotel em que ele estava hospedado, e lá fui eu.
E ao ter a chance de almoçar com ele fui percebendo duas coisas: primeira, meu amor não era em vão, pois ele era realmente encantador; segunda, essa história, apesar de doida, estava escrita, precisava acontecer. Conversamos como se nos conhecêssemos há anos, como se não houvesse diferença de idade, como se tivéssemos tido toda nossas vidas juntos. Depois de agradáveis 2 horas, fui pra minha ‘casa temporária’ e lá fiquei aquela tarde, num misto de ansiedade pela noite e sem acreditar no almoço que eu tinha tido.
Na esperada festa, a cada momento, eu tinha mais certeza de que nada era por acaso. Cenas de filmes em que o casal de mocinhos resolvem ir ao bar buscar bebida ao mesmo tempo não acontecem na vida real, não é mesmo? Pois acontecem, pelo menos comigo e com o Edu. E o sorriso dele ao me ver foi a coisa mais linda que eu já havia visto. E foi depois de algumas frases que trocamos apenas por protocolo que nos beijamos pela primeira vez. Curtimos alguns minutos juntos, depois nos separamos e fomos embora. Afinal, havia pouco tempo que ele estava divorciado, não era interessante aparecer com outra, não sendo um relacionamento sério. Mas antes, combinamos de almoçar juntos no hotel dele novamente, no dia seguinte. E assim o fizemos.
( Continua... )
Lélih Haubert
sábado, 12 de março de 2011
Nova Fase !
Bom gente, como já deve ter dado pra perceber pelos meus dois ultimos posts, o blog ta mudando um pouquinho. Vou deixar os textos mais bonitinhos e romanticos vou deixar pro meu Tumblr. Aqui vou postar alguns contos meio calientes rs Nada pornográfico. Serão contos com situações adolescentes, da sexualidade jovem.
Pra começar já postei as duas partes do conto "A borracharia abandonada".
Espero que leiam, gostem e comentem.
Besitos da Lélih Haubert
Pra começar já postei as duas partes do conto "A borracharia abandonada".
Espero que leiam, gostem e comentem.
Besitos da Lélih Haubert
A borracharia abandonada - Parte 2
Eu nunca havia passado por nada tão forte, tão surpreendente, tão sem explicação. Então, nos primeiros dois dias após àquela tempestade eu achava natural passar vagarosamente em frente à tal borracharia, mas passou-se uma semana, quinze dias, um mês e eu não conseguia ignorar aquele dia. Até que, num dia qualquer, resolvi entrar, sentar-me no velho colchão e lembrar daquela louca tarde.Mas não fui a única a ter essa idéia.
Ao subir as escadas me deparei com ele recostado no colchão. Seco, desta vez, porém ainda mais lindo. Com um sorriso nos lábios me disse:
- “eu sabia que você vinha”
Milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça e pelo meu coração em questão de frações de segundos, mas minha boca não conseguiu pronunciar nenhuma. Quando percebi ele já estava com a mão na minha cintura, beijando meu pescoço. Tirou minha blusa, permitiu que eu tirasse sua camiseta. Era tão bom ser dele novamente. Eu tinha acabado de perceber que tinha sentido muita saudade dele. Seus beijos, o jeito como ele me tocava, continuavam sendo os melhores.
Mas por um momento passou pela minha cabeça resistir.Afinal, nunca sonhei em perder minha virgindade com um cara que havia visto apenas uma vez em toda minha vida, que eu não sabia nem o nome. E como dizer isso? Como pedir pra parar algo que eu estava amando? Não consegui.
Então me entreguei. E foi diferente do que sempre pensei que pudesse ser a minha primeira vez. Nada de dor ou desconforto. Tudo de desejo e prazer. Tive a certeza de que foi melhor do que se tivesse sido em Miami Beach, ao luar, com meu príncipe encantado, como algumas vezes eu sonhei. De cansaço e satisfação adormeci. E outra vez o perdi.
Só me restava mais uma vez voltar pra casa e fingir mais uma vez que nada de mais havia se passado comigo. Praticamente não saía do quarto, tentando entender o que tinha acontecido comigo nesse ultimo mês. Eu tinha duas certezas, opostas, mas certezas: Eu não era apaixonada por ele. E eu sabia que tudo tinha valido a pena,mesmo sem amor.
Alguns dias se passaram até que sucumbi a tentação de voltar à borracharia e em cima daquele velho, rasgado, porém tão importante, colchão encontrei um bilhete que dizia:
“Eu Sabia que você viria. Mas hoje não pude esperar, por isso nossa despedida será por meio deste bilhete. Fico feliz em ter sido importante pra você, Marcela (sim, eu li seu nome na capa do seu caderno, no dia da tempestade). Você também foi especial pra mim. Mas me caso neste final de semana e esse é o motivo pelo qual peço que não volte a me procurar aqui, pois não voltarás a me encontrar. Ah, você precisa saber: meu nome é Pedro.”
Minha tranqüilidade e até felicidade com aquelas palavras surpreenderiam qualquer pessoa. Mas eu, que sabia que tudo que eu tinha com ele era atração, era desejo, estava vibrando com o fato de ao menos saber o nome daquele que eu jamais esqueceria, ainda que nunca mais o visse.
FIM
Lélih Haubert
Ao subir as escadas me deparei com ele recostado no colchão. Seco, desta vez, porém ainda mais lindo. Com um sorriso nos lábios me disse:
- “eu sabia que você vinha”
Milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça e pelo meu coração em questão de frações de segundos, mas minha boca não conseguiu pronunciar nenhuma. Quando percebi ele já estava com a mão na minha cintura, beijando meu pescoço. Tirou minha blusa, permitiu que eu tirasse sua camiseta. Era tão bom ser dele novamente. Eu tinha acabado de perceber que tinha sentido muita saudade dele. Seus beijos, o jeito como ele me tocava, continuavam sendo os melhores.
Mas por um momento passou pela minha cabeça resistir.Afinal, nunca sonhei em perder minha virgindade com um cara que havia visto apenas uma vez em toda minha vida, que eu não sabia nem o nome. E como dizer isso? Como pedir pra parar algo que eu estava amando? Não consegui.
Então me entreguei. E foi diferente do que sempre pensei que pudesse ser a minha primeira vez. Nada de dor ou desconforto. Tudo de desejo e prazer. Tive a certeza de que foi melhor do que se tivesse sido em Miami Beach, ao luar, com meu príncipe encantado, como algumas vezes eu sonhei. De cansaço e satisfação adormeci. E outra vez o perdi.
Só me restava mais uma vez voltar pra casa e fingir mais uma vez que nada de mais havia se passado comigo. Praticamente não saía do quarto, tentando entender o que tinha acontecido comigo nesse ultimo mês. Eu tinha duas certezas, opostas, mas certezas: Eu não era apaixonada por ele. E eu sabia que tudo tinha valido a pena,mesmo sem amor.
Alguns dias se passaram até que sucumbi a tentação de voltar à borracharia e em cima daquele velho, rasgado, porém tão importante, colchão encontrei um bilhete que dizia:
“Eu Sabia que você viria. Mas hoje não pude esperar, por isso nossa despedida será por meio deste bilhete. Fico feliz em ter sido importante pra você, Marcela (sim, eu li seu nome na capa do seu caderno, no dia da tempestade). Você também foi especial pra mim. Mas me caso neste final de semana e esse é o motivo pelo qual peço que não volte a me procurar aqui, pois não voltarás a me encontrar. Ah, você precisa saber: meu nome é Pedro.”
Minha tranqüilidade e até felicidade com aquelas palavras surpreenderiam qualquer pessoa. Mas eu, que sabia que tudo que eu tinha com ele era atração, era desejo, estava vibrando com o fato de ao menos saber o nome daquele que eu jamais esqueceria, ainda que nunca mais o visse.
FIM
Lélih Haubert
sexta-feira, 11 de março de 2011
A borracharia abandonada
Esse era daqueles dias em que parece que tudo vai dar errado. Saí de casa 5 minutos atrasada pra escola, por sorte ainda consegui pegar o ônibus na Rua de baixo. Por azar esqueci o livro de biologia. E por azar também não tenho uma bola de cristal pra prever que o tempo viraria e o maior temporal destruiria a cidade inteira. Celulares sem sinal, minha mãe já devia estar surtando em casa por eu estar na rua. Eu tinha de enfrentar a chuva e chegar o mais breve possível em casa.
As ruas alagadas impediam o trânsito de carros, caminhões, ônibus e todo e qualquer veículo. Sem ônibus, tive de ir a pé. Não era longe. Na primeira esquina minha roupa já pesava o dobro do peso inicial, culpa da chuva que a encharcou. Mas não havia nada que eu pudesse fazer, afinal eu não estava com o guarda-chuva, e ainda que estivesse, certamente ele já teria sido revirado com o vento. Segui caminhando rápido em direção a minha casa. Porém, a quatro quadras do meu destino final o vento, a chuva e os raios ficaram muito mais fortes. Pensei que minha mãe iria preferir uma filha que chegasse um pouco depois em casa do que uma filha morta. Entrei em uma borracharia abandonada.
O lugar era bem macabro, não havia mais porta em nenhum dos lados. Subi umas imundas escadas e fui tentar me secar um pouco no que um dia foi um projeto de quarto/cozinha. Restava uma pia e um colchão rasgado. Eu julgava estar sozinha, afinal, quem mais estaria naquele lugar bizarro? Tirei a camiseta do colégio e a torci na pia, nisso sinto uma respiração forte e molhada logo atrás de mim, acompanhada de uma voz que dizia: “Quando imaginei encontrar alguém aqui...”. Me virei assustada indagando quem ele era, mas ao vê-lo, perdi as palavras. Era sem dúvidas o homem mais lindo que eu já havia visto. Seu corpo era perfeito, molhado. Seu olhar me hipnotizava de uma maneira inexplicável. Seu sorriso iluminava e me encantava. Ele já me possuída como ninguém jamais tinha conseguido me deixar sem chão. Ele percebeu o seu poder sobre mim. Se aproximou, me puxou pela cintura e me beijou. Quem disse que o melhor beijo é o de amor? Não sabia nada dele, mas o beijo dele era o melhor da minha vida, era um beijo com desejo, com pegada, com fogo. Eu não podia resistir, eu não queria resistir. Ele me colocou no colchão rasgado nem tão forte que eu pudesse me machucar, nem tão delicado como os mocinhos dos filmes, arrancou sua camisa. Naquele momento eu tinha certeza que eu ia dar pra ele a honra da minha primeira vez. E eu gostava da idéia. Nunca nenhum tinha me tocado de forma tão quente, com tanto desejo. Exploramos cada centímetro do corpo um do outro. Beijos, mordidas, toques, lambidas, usamos todos os artifícios imagináveis para termos prazer antes de consumar o ato. Então toca meu celular. Sim, o sinal havia voltado. Droga !
Nesse momento ele se levantou, vestiu sua roupa ainda extremamente molhada. Eu só fechei meu sutiã e atendi o telefonema da minha mãe dizendo tudo que eu já imaginava que ela diria e fui aos poucos percebendo que o temporal já havia passado. Prometi para ela que em 15 minutos estaria em casa e ao desligar o telefone ele já não estava ali. Terminei de me vestir e corri para a rua, não o encontrei mais. Fui então para casa encontrar com uma mãe desesperada. Não dei bola pra o surto dela, era apenas mais um. Fugi logo para o meu quarto com a desculpa de tirar a roupa molhada para não ficar doente. E no banho só conseguia lembrar dos momentos que tive com aquele que não sei nem o nome e que jamais voltarei a ver.
(continua...)
Lélih Haubert
As ruas alagadas impediam o trânsito de carros, caminhões, ônibus e todo e qualquer veículo. Sem ônibus, tive de ir a pé. Não era longe. Na primeira esquina minha roupa já pesava o dobro do peso inicial, culpa da chuva que a encharcou. Mas não havia nada que eu pudesse fazer, afinal eu não estava com o guarda-chuva, e ainda que estivesse, certamente ele já teria sido revirado com o vento. Segui caminhando rápido em direção a minha casa. Porém, a quatro quadras do meu destino final o vento, a chuva e os raios ficaram muito mais fortes. Pensei que minha mãe iria preferir uma filha que chegasse um pouco depois em casa do que uma filha morta. Entrei em uma borracharia abandonada.
O lugar era bem macabro, não havia mais porta em nenhum dos lados. Subi umas imundas escadas e fui tentar me secar um pouco no que um dia foi um projeto de quarto/cozinha. Restava uma pia e um colchão rasgado. Eu julgava estar sozinha, afinal, quem mais estaria naquele lugar bizarro? Tirei a camiseta do colégio e a torci na pia, nisso sinto uma respiração forte e molhada logo atrás de mim, acompanhada de uma voz que dizia: “Quando imaginei encontrar alguém aqui...”. Me virei assustada indagando quem ele era, mas ao vê-lo, perdi as palavras. Era sem dúvidas o homem mais lindo que eu já havia visto. Seu corpo era perfeito, molhado. Seu olhar me hipnotizava de uma maneira inexplicável. Seu sorriso iluminava e me encantava. Ele já me possuída como ninguém jamais tinha conseguido me deixar sem chão. Ele percebeu o seu poder sobre mim. Se aproximou, me puxou pela cintura e me beijou. Quem disse que o melhor beijo é o de amor? Não sabia nada dele, mas o beijo dele era o melhor da minha vida, era um beijo com desejo, com pegada, com fogo. Eu não podia resistir, eu não queria resistir. Ele me colocou no colchão rasgado nem tão forte que eu pudesse me machucar, nem tão delicado como os mocinhos dos filmes, arrancou sua camisa. Naquele momento eu tinha certeza que eu ia dar pra ele a honra da minha primeira vez. E eu gostava da idéia. Nunca nenhum tinha me tocado de forma tão quente, com tanto desejo. Exploramos cada centímetro do corpo um do outro. Beijos, mordidas, toques, lambidas, usamos todos os artifícios imagináveis para termos prazer antes de consumar o ato. Então toca meu celular. Sim, o sinal havia voltado. Droga !
Nesse momento ele se levantou, vestiu sua roupa ainda extremamente molhada. Eu só fechei meu sutiã e atendi o telefonema da minha mãe dizendo tudo que eu já imaginava que ela diria e fui aos poucos percebendo que o temporal já havia passado. Prometi para ela que em 15 minutos estaria em casa e ao desligar o telefone ele já não estava ali. Terminei de me vestir e corri para a rua, não o encontrei mais. Fui então para casa encontrar com uma mãe desesperada. Não dei bola pra o surto dela, era apenas mais um. Fugi logo para o meu quarto com a desculpa de tirar a roupa molhada para não ficar doente. E no banho só conseguia lembrar dos momentos que tive com aquele que não sei nem o nome e que jamais voltarei a ver.
(continua...)
Lélih Haubert
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